quinta-feira, agosto 24, 2006


Desenredo

Por toda terra que passo
Me espanta tudo que vejo
A morte tece seu fio
De vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto,
O olhar que solta anda preso
Mas quando chego eu me enredo
Nas tranças do teu desejo
O mundo todo marcado a ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo,
A morte é o fim do novelo
O olhar que assusta anda morto,
O olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco
Nas tramas do teu segredo

Ê, Minas, ê Minas
É hora de partir, eu vou,
Vou me embora prá bem longe

A cera da vela queimando,
O homem fazendo seu preço
A morte que a vida anda armando, a
A vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito,
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco nas cordas do teu cabelo

Ê, Minas, ê Minas
É hora de partir, eu vou,
Vou me embora prá bem longe

Dory Caymmi e Paulo César Pinheiro

Nenhum comentário: